Amormaisqueperfeito

Um dia o amor virou-se para a amizade e perguntou: - Para que existes tu se já existo eu? A amizade respondeu: - Para repôr um sorriso onde tu deixaste uma lágrima.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Aos 33 anos raptaram as minhas amigdalas...

Tenho estado ausente, mas sempre presente, tenho estado nos bastidores a observar a vida, a vossa e a minha.

Sim aos 33 anos, melhor, no dia 12 de Setembro fui alvo dum rapto, fiquei sem amígdalas, para os que me conhecem sabem que eu tinha um pequeno problema com as ditas bolinhas alojadas na garganta que me faziam sentir muitas vezes em verdadeiro ET, mas, e ao fim de 4 anos em lista de espera (sim porque eu sou do povo) lá me chamaram e fui operada.

8 dias antes tive consulta e o médico, giríssimo por sinal, disse-me que nos adultos o pós-operatório é mais difícil do que nas crianças e por isso mesmo devia estar preparada para 10 dias de recuperação, pensei eu com aquele meu ar de convencida: "...pois estou mesmo a ver, queres é que venha cá mais vezes...", sim já lá fui, mas de facto os 10 dias já passaram e ainda não estou bem, e passei por fases distintas...

Paciência com a leitura porque vou explicar as coisas como se vocês tivessem 4 anos...

Dia 12 - a operação estava marcada para as 16h, esperei 5 horas e fui operada às 21h, passei a tarde de touca na cabeça e uma túnica giríssima "Prada", mas tudo esterilizado, não há cá porcaria...a cor não me favorecia, verde água, horrível...
Demorei 1h30 acordar da anestesia geral, num estado aflitivo, não conseguia respirar, nem sequer engolir os litros de saliva que entretanto se acumularam na minha boca (é nojento eu sei, mas se pensarmos bem já todos fizemos coisas bem piores). Quando me tiraram do "recobro" (o que aprendemos nestes dias), lá me levaram para os braços da minha mãe (que não me largou 1 minuto que fosse, e que bem sabem estes mimos quando de criança já não temos nada).
Passei uma noite horrível, como devem imaginar, o soro sempre agarrado a mim, os meninos que foram operados antes de mim choraram a noite toda, entre outras coisas que nem vale a pena referir, mas sábado de manhã regressei ao meu doce lar.

1ª semana de recuperação: sopa passada, leite e iogurtes líquidos, 1 gelado (não me apeteceu comer mais), fraca, muito fraca, mas sempre acompanhada de 4 caixas de medicamentos.

No fim de semana: sopa (socorro), leite (menos mal), iogurtes (mais não) e o meu coração foi invadido pela tristeza (dizem que acontece muitas vezes porque não comemos o que nos dá brilho aos olhos, estarão a falar de cenouras???? :-)

Hoje ainda me sinto fraca, mas já comi massa, demorei 3 horas mas comi, comi uma tosta mista, demorei 5 horas, mas comi...
Agora tenho que recuperar, comer, o que me for possível, para me tornar de novo numa esbelta rapariga...

Nem todos os amigos me vieram visitar, o que me deixou triste, mas percebo uns, mas não todos.

...Da Sempre Purpurina...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Não há pachorra...

Eu - Olá Bom dia, já analisou o meu pedido de negociação do crédito habitação?

Os Abusadores que só me sabem ir à carteira - Olá Bom dia, bem disposta? Ora bem tenho o pedido mesmo aqui ao meu lado, apesar de ainda não haver uma resposta, pois tem que haver mais envolvimento do cliente com o Banco (Os abusadores que só me sabem ir à carteira)...

Eu - Envolvimento???? Como assim? Mais ainda???

Os Abusadores que só me sabem ir à carteira - Sim, mais envolvimento, dou um exemplo, fazer seguros no banco, para o automóvel, para a casa, qualquer coisa...

Eu - Ora bem, esse "envolvimento" de que me fala já tenho com uma seguradora, o do carro, da mota, multiriscos habitação, recheio... (sou interrompida)...

Os Abusadores que só me sabem ir à carteira - Vejamos então, e que tal um seguro de protecção pessoal, e um cartão de crédito, que me diz a isto??? vou já fazer a simulação, pois tenho que apresentar ao banco para que possam analisar o seu pedido...

Eu - Talvez fosse boa ideia apresentar-me a dita simulação antes de apresentar a quem quer que seja, assim como quem não quer a coisa, sou eu que vou pagar, não???

E ainda dizem que não há envolvimento e que precisam de mais, não há pachorra...vamos aguardar pelos episódios que se adivinham sob a forma de tortura psicológica.


...Da Sempre Purpurina...

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A vida a preto e branco

Regressei de férias convicta que todos os meus medos iriam aparecer, e assim foi, sinto-me deprimida, em baixo e com poucas forças para mudar o que sei que tem de ser mudado, a vontade é muita, o estado em que me encontro é que não me está ajudar a fazer uma mudança importante na minha vida...o meu emprego.

Desiludi-me com pessoas que são importantes na minha vida, e cheguei mais uma vez à conclusão que sou eu que tenho que lutar por mim e para mim, chega de tentar atirar areia a mim própria, chega de tentar arranjar desculpas para as atitudes dos outros, chega de achar que todos gostam de mim e por isso não me fazem mal, não me fazem chorar nem me fazem sofrer, e talvez porque concluí que não sou assim tão importante na vida dos outros, vou sendo, quando dá jeito ou quando é preciso, claro que não duvido que gostem de mim ou que se interessam por mim, mas o que representei talvez já não represente mais, foi-se dissipando, e sinto-me triste, com um vazio de cortar à faca, e com a sensação de que o meu corpo pode rebentar a qualquer instante.
Sinto-me inconstante, sei que tenho os meus defeitos e um feitio difícil, eu sei, é verdade, mas também sei que sou um doce e quem me conhece leva o melhor de mim, e talvez seja por isso, talvez seja porque não tenho forças para me irritar com as pessoas que me magoam, que me sinto assim...

Mas a mudança, essa não poderei evitar, e sinto que chegou o momento de gostar mais de mim do que daquilo que me perturba, chegou a hora de mudar a minha vida profissional, e é isso que a partir de hoje vou fazer com afinco, o trabalho não me assusta, o que me assustam são as pessoas.

É verdade, se souberem de alguma oportunidade a que me possa atirar, apitem...

...Da Sempre Purpurina...